Amor real
Eu sei que a gente inventa o amor. Sei que a gente faz planos antes mesmo de alguém aparecer para trazer à tona o frio na barriga. Sei que a gente encomenda as borboletas no estômago lá no subconsciente. Sei que a gente fica com o coração na boca só de imaginar a cena triunfante em que o amor das nossas vidas passará a fazer parte de nossos dias.
A gente imagina, viaja, cria um roteiro quase digno de uma tela de cinema. A gente é ótimo com o amor. Na nossa cabeça. Parece perfeito, parece ensaiado. Mas como tudo na vida foge dos planos, não é assim.
Tudo bem manter a esperança sempre acesa e acreditar que pessoas legais existem, mas talvez elas só sejam mesmo legais e não ideais. O amor da nossa cabeça é raso, mas o amor do coração é conhecer de verdade. Porque quando a gente cria os planos, esquece que quem chega também é humano, também tem manias chatas e talvez goste daquela música que a gente odeia.
Gostar profundamente de alguém vai além de achar uma pessoa pra tornar a vida mais doce. Porque a vida pode ser amarga e, vez ou outra, a gente acorda meio amargurado também. Não julgue o amor por parecer complicado só porque ele foge daquilo que se planejou. A verdade é que ele não gosta muito de ser previsível. Ele gosta mesmo é das voltas que o mundo dá.
Gosta de mostrar que o nosso orgulho deixa de ser tão importante e que fazer o outro bem é o melhor. Gosta de fazer a gente aprender a lidar com alguns altos e baixos e, principalmente, gosta de ser real. Amor de verdade não é que nem sonho, é tornar o que poderia ser completamente simples no outro algo de extraordinário. É simples, só porque a gente inventa tanto, mas é isso: gostar do outro só por ele ser quem é.
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