Sinto muito e não é mentira


Hoje é dia 1º de abril, mas vim falar algumas verdades. Talvez seja para não me render ao costume que essa data traz, ou quem sabe só para admitir que eu sinto (e muito), mas não é nenhuma piada. O fato é que tem me afligido um bocado perceber que vestimos uma armadura para atravessar o trilhar dos dias.

Fingimos ser imunes às movimentações exteriores, desviamos o olhar para que não entrem em real contato conosco e hesitamos em responder prontamente um sentimento novo. É quase como se torcêssemos para que o barulho da viagem fosse tamanho que ninguém escutasse as batidas do nosso coração. Lamento dizer, meus caros, mas ele bate. Verdadeiramente e com intensidade, quer a gente queira ou não.

A gente não pode lutar contra algo inerente ao nosso ser. O sentimento à flor da pele existe, sem pedir a nossa permissão e sem se importar com a bagunça que deixa quando aparece. Camuflar aquilo que nos humaniza é a pior das mentiras, porque não adianta empurrar goela abaixo o que se mantém dentro do peito.

Temos medo, mas também temos coragem. Temos inseguranças, mas somos totalmente capazes de descobrir nossas qualidades. Algumas vezes somos impulsivos, em outras ponderamos. Em alguns casos somos mais racionais, mas também amamos. E pecamos. Por fingir que nada nos abala. Bobeira nossa pensar que sentir é algum problema individual quando, para ser honesta, é o que nos une.

Por isso, me despi da vergonha inútil de parecer tola para aclamar: fingir que não sente não é uma piada de primeiro de abril. E o que seria uma bomba a mais para quem já está em um campo minado, não é mesmo? Portanto, deixe implodir de vez o que está guardado aí dentro. Você está autorizado a rir e a chorar, não será punido por sair do controle de vez em quando. Pior do que as crises são as farsas. 

BOOM! Assumo de uma vez por todas, eu posso sentir.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

De onde veio a minha vontade de escrever?

Aquele algo mais...