Sinestesia hiperbólica



Deixei a loucura me atropelar, fui arrastada em alta velocidade. E, agora, nem sei mais onde estou. A vida pôs algumas cartas na minha frente, e talvez eu não estivesse preparada para encará-las. Está tudo acontecendo tão rápido, menos o que eu queria que se resolvesse logo. As cobranças crescem todos os dias bem na minha frente, mas eu não pareço dar passo à frente algum. Não posso voltar atrás porque muitas coisas já foram feitas, mas não tantas que já me levassem a algum lugar. É como se eu estivesse estagnada no meio do caminho, sem nem saber ao menos se vou chegar ao destino que desejo. 


Guiada por fracos sussurros ou, quem sabe, por badaladas do coração. Minha cabeça diz que devo ser mais forte, meu coração implora por um pouco mais de paz. Eles me dizem que não há descanso, mas se não descanso julgam certa insanidade. 


Vivo em constante sinestesia, tamanha é a armadilha de sentimentos em que me encontro. Ninguém sabe se segue os trilhos certos, tampouco sabe quando está saindo dos mesmos. Mas, pra ser mais exata, é como se já os enxergasse melhor com a faísca que ainda me resta. As certezas que tenho são uma folha em branco, e a paz que me sobra são as palavras que a preenchem. E, nesse doce momento, me preenchem também. 


Tudo bem não saber, tudo bem não se achar. Amanhã o dia é outro, amanhã você é outro, um sonhador cheio de objetivos para alcançar. Novinho em folha, reabastecido. Só me prometa uma coisa, bem agora, ao final do dia: só não desista de tudo por sentir demais.

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