Medo de amar



Amar assusta, apesar de ser algo que muitos desejam. Talvez porque, ainda que a gente queira encontrar alguém um dia, o sentimento seja arrebatador e devastador em proporções nunca antes vistas. E esses, meus caros, são adjetivos que abrem precedentes para todas as contradições que estar apaixonado envolve.

Esses dias, li em um livro que um amigo me emprestou algo que me chamou a atenção e tive que concordar. Amar é estar em perigo, mas também é ser salvo. É algo profundo demais para que possamos lidar com clareza, já que então não se vê muito bem com os olhos, somente com o coração. É como se a gente se sentisse um pouco menos nosso, pois somos impulsionados a nos doar mais ao outro. Não é o que parece mais seguro. Entregar-se lembra vulnerabilidade. E, pelo que dizem por aí, isso não é algo bom.

Às vezes, quando penso em relacionamentos, vejo muito medo. As pessoas esqueceram o que é amar por medo de serem tolas. Mas tolice mesmo é deixar de amar. Do que adianta fingir que o impetuoso sentimento que se instala no peito é coisa que a gente inventa? A gente teme ter o coração partido, a confiança quebrada e o orgulho ferido. Mas se fere por não tentar, atrofia o coração por não o permitir bater mais forte.

Eu sei, se apaixonar é simples. Viver um amor é que é a parte complicada. Não ser correspondido é o que primeiro nos aflige. Depois, o fim que a história toda terá. A gente mal começa, porque já deu um jeito de dar tudo errado negando o sentimento. Não é fácil sentir borboletas no estômago sem saber até onde aquela sensação irá te levar, só que fugir de onda na praia nunca funcionou. Quem dirá fugir do amor.

A cabeça dá um nó. O estômago embrulha. Os olhos se desviam. Os semáforos vermelhos rogam por uma decisão racional. O alerta de perigo incendeia dentro do nosso íntimo. Melhor correr. E então os nós se desfazem com o enlaçar das mãos. As cócegas desfazem o peso no estômago. Os olhares se encontrando trazem luz aos dias. Os semáforos verdes nos dão passe livre para viver algo verdadeiro. E então, o que fazer?

Droga! É amor...

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